Universidade
Federal do Sul da Bahia
Fórum
do Sensível
Jefferson
Jesus Santos
Meu
espaço na sociedade.
Quando
eu ainda era muito pequeno, passei a morar com 7 freiras em uma
creche, minha vida resumia-se apenas na creche e escola. As freiras
que me criaram me ensinaram algumas coisas, muitas delas sobre a vida
religiosa, sobre meu espaço na Igreja. Como fui criado por freiras,
logo que tive a idade para fazer catequese, eu a fiz e lá me ensinou
um pouco mais sobre meu espaço na Igreja. Aprende com a religião,
ter fé em Deus, amar ao próximo assim como amo meus pais e irmãos,
tive discernimento para entender o que nos olhos da Igreja era o
certo e o que era o errado. Minha educação foi baseada nisso. O
tempo foi passando e aprendia aos poucos dentro de casa os meus
direitos e os meus deveres, aprendi que o lixo jogado no chão, gera
poluição e pode ter outros problemas ainda mais graves, aprendi que
se eu tomar posse de algo que não é meu, eu posso ser punido por
isso.
Eu
acho que na escola é o local onde mais aprendemos sobre os direitos
e deveres, eu tenho o dever de fazer as atividades, o dever de
cumprir os horários, eu tenho o direito de ter uma educação de
qualidade, o direito de ter uma escola com estrutura de qualidade,
entre outras coisas.
Quando
fui estudar no modelo, recebi o convite de mobilizar a escola para um
protesto que estava tendo em frente a sede da prefeitura, protesto
este, que era contra o aumento do valor da passagem. Logo no início
fiquei receoso, com medo de sofrer algum tipo de represália, pois
não sabia se aquilo estava certo, mas o cidadão que vive numa
democracia, tem o direito de protestar, o direito de reivindicar por
algo de qualidade, por algo que esteja acessível para todos daquela
comunidade. Participei desse protesto e lá fui convidado para fazer
parte do COESO (Comitê Entidades Sociais) e do UJC (União da
Juventude Comunista). Fiquei contente com os convites, mas não
aceitei nenhum dos dois, eu era inexperiente nesse tipo de assunto e
tive medo de ser usado como massa de manobra.
De
lá pra cá, participei e organizei muitos outros protestos, mas o
que mais me marcou foi a temporada de Julho de 2013, quando fizemos
como forma de protesto, um acampamento em frente a prefeitura de
cidade e ficamos lá por 98 dias. Lá que eu realmente aprendi os
meus direitos, aprendi onde é realmente meu espaço na sociedade, li
muitos documento, participei de diversas assembleias, foi uma
experiência impar onde aprendi muitas coisas.
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