Toda mulher nasceu para ser mãe. (?)

Toda mulher nasceu para ser mãe. (?)

A mãe é uma figura que representa afeto, segurança, cuidado, amor, entre outros. A figura da mãe é tão importante que a mesma aparece até em religiões de cunho patriarcal. Mas até onde a maternidade é um instinto que todas as mulheres devem ter?

No mundo animal vimos o instinto materno em quase todas as espécies. Um comportamento inato que acontece na maioria dos animais que têm a divisão biológica, macho e fêmea. Isso não acontece em todas as espécies, é claro. O instinto maternal entre os animais na maioria dos casos se encerra quando os filhotes já são capazes de sobreviverem sozinhos na natureza, o que em muitas espécies pode durar em um período muito mais curto.

O comportamento humano não é constituído apenas pelos instintos, assim dia a psicologia, quando criamos a linguagem, constituiu civilização, passamos a viver com comportamentos adquiridos socialmente e não mais através da herança biológica.

Historicamente a mulher era apenas um ser reprodutor, submissa ao homem e à sociedade. Ao longo de anos, por meio de muitas lutas as mulheres vêm aos poucos se “desvencilhando” dessa obrigação e adquirindo seus direitos, inclusive o direito de escolher tudo sobre seu corpo.

Ser portadora de um aparelho reprodutivo é o único pré-requisito para ser mãe na natureza. Mas, ser mãe não é apenas isso, se faz necessário toda uma preparação sócio-cultural para preparar o ser humano para conviver em harmonia com a sociedade.

Podemos afirmar com certeza que nenhuma mulher nasce mãe, mas sim, que ela se torna um produto do meio onde elas mesmas foram criadas. Não é porque a se nasce mulher que se tem a obrigatoriedade de ser mãe, porque como dito a cima, não se nasce mãe, se torna mãe.

“Meu corpo, minhas regras”

Jefferson Jesus Santos